terça-feira, 4 de agosto de 2009

Barato ou qualidade

Lamentavelmente a crise está deturpando o bom senso de alguns empresários os quais parecem estar preocupados apenas com o custo - quanto mais baixo melhor - e estão deixando a qualidade em um plano bem inferior.

Pelo jeito, foi-se o tempo em que a qualidade e fidelidade tinham uma real importância e imperavam no mundo dos negócios. Exigia-se qualidade para obter-se um produto muito bom no final e o custo não era tão importante - claro que sempre houve a relação entre custo e benefício em que ambos tinham um peso ao se decidir, mas era algo feito com muito bom senso.

E o que vemos hoje em dia? O custo impera como o todo poderoso e, como consequência, temos valores bem abaixo do mercado com pseudo-profissionais executando tarefas importantíssimas que deveriam estar a cargo de profissionais gabaritados e remunerados à altura dos cargos e funções.

Com isso, encontramos em nosso porto navios afretados cujos comandantes sequer falam o inglês - caso de um navio chinês afretado por um grande armador do qual prefiro omitir o nome. Não havia a bordo alguém que falasse o inglês e a comunicação foi lamentável. Fato desconcertante relatado por um amigo de confiança e que foi o suficiente para elaborar este texto e pôr para fora um sentimento ruim.

Desta forma, acidentes começam a acontecer aqui e ali. São navios que colidem, contêineres frigoríficos que param de funcionar, pondo a carga em risco, verdadeiros "paus-velhos", sem a menor condição, transportando diferentes tipos de cargas e outras mazelas que somente prejudicam o bom serviço sempre prestado em nosso Porto.

O interessante é que as mesmas pessoas que optam pelo custo mais barato, quando vão encher os tanques de seus próprios veículos fogem dos postos em que a gasolina ou o álcool são vendidos por "precinhos camaradas" bem abaixo da média. Por que será?

Não deveria jamais haver dois pesos e duas medidas principalmente em um campo no qual a segurança tem de vir, obrigatoriamente, em primeiro lugar.

Como diz o velho chavão: "o barato sai caro". E sai mesmo.